O que é o DIY?

O termo DIY está muito em voga no início de 2021. DIY é o termo utilizado para descrever o processo de fazer algo que poderia ser comprado na prateleira. Se hoje em dia cada vez mais portugueses praticam o DIY, é tanto para expressar a sua criatividade como para fazer algo pelo planeta, porque o DIY consiste na maioria das vezes em reutilizar coisas que poderiam ter sido deitadas fora para as transformar e dar-lhes uma segunda vida. Esta tendência pode ser encontrada em várias áreas da vida quotidiana: pode envolver a criação da própria roupa, mobiliário ou objetos decorativos, mas também fazer os próprios cosméticos ou receitas culinárias a fim de controlar a sua composição. Quer seja carpintaria, mosaicos, jardinagem ou tricô, a bricolage dá lugar de orgulho ao trabalho manual e ao artesanato, que assim recuperam as suas credenciais face ao consumo de massa normalizada.

DIY como um novo modo de consumo

Embora a sociedade de consumo tenha tido o seu apogeu em Portugal a partir dos anos 70, parece já não ter apoio unânime desde o início do século XXI. Não satisfeitos com a denúncia dos modos de produção industrializados, que muitas vezes não são muito transparentes sobre as suas práticas, os entusiastas do DIY estão a virar-se mais para os estilos de vida de outrora, defendendo os produtos caseiros e o consumo essencialista, livres de todos os artigos supérfluos. O movimento DIY parece ser uma solução para o consumo eco-responsável, e isto através de vários aspetos. Por um lado, celebra a reciclagem e reutilização como uma alternativa à acumulação de resíduos, mas também ao desperdício de matérias-primas. Por outro lado, restabelecendo algum controlo sobre os elementos utilizados: os cosméticos e produtos de limpeza caseiros, por exemplo, contêm geralmente materiais naturais tais como óleo ou bicarbonato de sódio, por oposição aos produtos industriais que são frequentemente enchidos com múltiplos componentes químicos, por vezes prejudiciais para a saúde. Do mesmo modo, ao comprar linho ao metro para fazer as suas próprias cortinas ou roupa de cama, por exemplo, evitará utilizar algodão, cuja produção tem um impacto muito maior sobre o ambiente. Assim, ao adquirirem o know-how para satisfazer as suas necessidades básicas, os entusiastas do DIY libertam-se dos vários constrangimentos impostos pela produção industrial e recuperam o controlo sobre o seu consumo, tanto em termos de qualidade como de quantidade.

DIY como meio de auto-realização

Para além do seu especto empenhado e militante, a prática da bricolage é também vista por muitos como um excelente meio de expressão e desenvolvimento da criatividade. Com o princípio de criar peças únicas e originais, longe de produtos padronizados, este trabalho manual é ideal tanto para crianças como para adultos que queiram aumentar ou saciar o seu espírito de desenvoltura, a sua curiosidade e a sua sede de aprendizagem. Ao valorizar um certo reconhecimento do artesanato e do trabalho criativo, DIY convida as pessoas a expressar a sua singularidade e, portanto, a desenvolver a sua personalidade através do seu trabalho. Ao comprar linho ao metro, pode, por exemplo, criar o seu próprio vestuário e desenhos de acessórios que mais ninguém irá usar. Além disso, numa sociedade onde todos vivem a 200km/h e lutam para encontrar tempo para si próprios e para os seus entes queridos, é também uma forma de dar mais valor ao tempo e ao envolvimento pessoal, em vez de dinheiro. Um presente feito à mão será sempre mais gratificante de receber por causa do toque pessoal e da intenção que reflete, do que um produto comprado, mesmo que seja escolhido com cuidado. Finalmente, estes momentos de criação podem também ser uma oportunidade para se reunir em torno de uma actividade divertida e divertida, com a família ou amigos. Por isso não hesite, também você pode começar a criar os seus próprios objetos!